E, mesmo quando és ausência, és muito mais do que saudade. És vontade de ver de novo, de ver mais, de ver mais de perto, ver melhor. E tocar, de modo que, cada toque, eu tenha um pouco mais de ti em mim, para que não haja mais ausência. Te encontrar virou apenas uma questão de fechar os olhos.
Tenho confundido 'eu' com 'nós'. Mas essa confusão só me acontece porque eu tenho certeza de tudo que eu sinto. E o que eu sinto é o tal do amor. Aquele surrado, mal-falado, desacreditado e raro amor, que eu achava que não existia mais. Pois existe. E arrebata, atropela, derruba, o violento surto de felicidade causado pelo simples vislumbre do teu rosto.

O que é verdadeiro encanta, emociona, fascina e dá medo. É , medo. Medo de que acabe antes do que se espera, antes de poder provar o gostinho da felicidade do que é sincero, medo de perder a oportunidade de se mostrar de verdade, de se entregar. É estranho perceber que sua felicidade às vezes depende da veracidade de uma palavra ou de um gesto , da sinceridade de um ato. Mas é bom saber o quanto precisamos disso, o quanto devemos isso , aos outros e a nós mesmos.

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